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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Burton Automotive Pro 2015

Texto publicado em fevereiro de 2015

A nova geração..
Os últimos quatro anos muito se falou da Nova Geração do surf brasileiro. Liderados por Gabriel, os meninos, hoje jovens adultos, ganharam corpo e densidade no circuito. Venceram baterias, etapas difíceis, campeonatos. O volume e a rapidez com que se firmaram foram responsáveis pela sensação de que havia chegado a hora. As experiências passadas, a despeito de quem lutou a dura batalha do circuito e honrou as nossa cores, não previam o que aconteceu e, sobretudo, o modo como aconteceu. Por isso, a Nova Geração do Surf brasileiro, adjetivação que ouço desde menino quando a fornalha dos juvenis ascende ao profissionalismo, parece, hoje, um termo exclusivo daqueles nascidos ao redor da década de 90. Nessa toada, essas duas palavras tornaram-se uma espécie de mantra para qualificar a tomada de assalto, a afirmação do talento de um grupo, a conquista pelos primeiros lugares. Da mídia de língua inglesa aos nossos veículos especializados, acompanhamos esse movimento rumo à consolidação de Mineiro, Miguel, Felipe, Jadson, Gabriel, Alejo... Resultados consistentes demarcaram o atual momento do surf brasileiro de um modo tão distinto de outras épocas que, por vezes, somos levados a crer no ineditismo do aqui e agora... Como se, no passado, o que sempre existiu fosse a velha guarda, a qual fomentou a explosão que vemos diante de nossos olhos e que, com todo mérito e pompa, enche-nos de orgulho.
Quando se envelhece, e voltamos a nossa atenção para o passado, percebemos certa injustiça nesses julgamento sobre o tempo corrido, o que foi... Assisti, e assim recordo, a, pelo menos, quatro Novas Gerações do surf Brasileiro. Gente de muito talento, nem sempre reconhecida com títulos e lugares cativos entre os cinco primeiros... Ainda que Fábio, Teco, Guilherme, Renan, Raoni e Vitinho tenham alcançado brilho próprio, alguns dos jovens que se lançaram na aventura da competição não conseguiram manter, por longo período, uma constância que lhes permitissem aplacar as expectativas criadas e responder aos resultados que o talento prometia-lhes ser o caminho natural.
Quando tudo parecia consolidado pela história, surge, novamente, Pedro. Lembro-me, como se fosse hoje, o sentimento que o título juvenil causou em mim e nos meus amigos. "É agora, dizíamos. Esse título virá!" A empolgação, misto de certeza e esperança, transformou-se à medida que os anos passaram. O ciclo competitivo engrenou-se em máquina e novas caras surgiam e outras tantas tomavam novo rumo.
Sim, Alejo surfou como gente grande e levou; sim, David ainda tem muito o que provar, mas o seu surf tem força e deve ser levado em consideração... Mas, para mim, o que valeu, e o Túlio foi muito feliz em sublinhar esse feito, foi ver Pedro de volta. Se esse retorno será para valer, se ele entrará no WCT no ano que vem, parece-me menos importante do que assistir a um camarada reescrever a sua história...

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